ressaca eterna sobre faq index

17.4.11

desaparecer. reaparecer.

Minha única vontade nesse momento é estar no Coachella. Kings of Leon, Cage the Elephant, Foals, hoje The Strokes e The National. Garanto que se morasse em um país como Estados Unidos ou Inglaterra, que costumam receber essas bandas todos os anos, estaria falida. Ou não tanto assim, já que os ingressos lá são consideravelmente mais baratos do que os daqui. Eles amariam me ver cair, mas eu já estou no chão.
É péssimo quando você sente que embora a pessoa te ame, ela não quer ver o seu sucesso. Não sei o que leva alguém a tamanho paradoxo. A maioria diria que é inveja, eu acho que talvez seja medo. Medo de que no momento em que essa pessoa se torne alguém melhor (e quando digo melhor, é melhor do que si mesma, e não melhor que outra pessoa) ela a abandone. Perceba que é boa demais para sua companhia. Essas pessoas geralmente são as que fingem ser perfeitas, que forçam um sorriso, mas no fundo sabem que não o são e querem chorar. Detestaria ser uma pessoa assim, viver pelo que os outros irão pensar de mim. Conheço minhas qualidades e meus defeitos, e prefiro que os outros também os conheçam. Se depois disso ainda quiserem minha companhia, é quando a amizade verdadeiramente se forma. Eu não estou tentando esconder minhas falhas, eu prefiro mantê-las bem à vista. Pessoas que tem a necessidade de se mostrarem perfeitas ao resto do mundo me irritam profundamente. Tanto quanto alguém que insiste em se rotular realistas para reclamar de todo aspecto de sua vida.
Não sei nem ao menos o porquê de estar escrevendo isso. É um desabafo sem nenhum sentido. Espero que ninguém se ofenda por se identificar com o que acabei de descrever, ou como dizem, pela carapuça servir.

30.3.11

do you really want me?

Da mesma forma que escrevi um pequeno relato sobre meu show do Franz Ferdinand, queria escrever um sobre o show do 30 Seconds to Mars ontem. Palavras para descrevê-lo? Não tenho. Mencionei algo sobre o show ter sido incrível no twitter, mas um relato precisa ser um pouco mais detalhado.
Retiro tudo de mal que havia dito sobre o Vivo Rio. Não importa onde você estava, conseguia-se ver o palco. E se enxergava bem. Jared Leto estava doente, transparecia em sua voz, mas a sua energia não se abalou nem um pouco. Pulava de um lado para o outro, subia em caixas de som, nos mandava pular, gritar e go crazy. Repetindo... o show foi incrível. Logo no começo, se não me engano durante Beautiful Lie, Jared jogou uma garrafa d'água que ele estava bebendo e eu consegui ser encharcada por ela. Em certo momento, mal o show havia começado, Lillix passou mal. Eu estava pulando, empurrando, quando a senti puxar minha camisa. Olhei para trás e ela estava mais branca a blusa que vestia. Saimos do meio da multidão e fomos até as laterais, onde percebemos que não tínhamos dinheiro nem para comprar água (que o funcionário nos negou, mesmo depois de ter explicado que ela estava passando mal). Uma alma caridosa que estava por perto nos emprestou cinco reais que nunca foram devolvidos, e em menos de quinze minutos Lillix já estava pronta para voltarmos para o show.
Dessa vez ficamos do lado esquerdo, onde estava bem mais vazio. Foi uma boa escolha, Jared passou a maior parte do show lá. Vista perfeita para ver até mesmo seus olhos. E como lá só estava eu, Lillix e duas senhoras que deviam estar acompanhando suas filhas, quando ele olhava na nossa direção, olhava diretamente para nós duas.
O senhor Leto é um tanto perfeccionista. Observava a plateia o tempo todo, analisando sua reação. E também é um profissional. Muito simpático, em momento nenhum o vi destratar algum fã. Tirando uma garota nos camarotes com cara de cu, a quem ele dirigiu algumas palavras não muito agradáveis, mas longe de serem ofensivas. Diria que o ponto alto da noite foi The Kill. Não se conseguia ouvir sua voz de tão alto que o público cantava. E algo que devo deixar registrado é que Shannon Leto pode não ser muito fotogênico, mas é extremamente charmoso pessoalmente e de perto. Entendo agora porque a Molly Misery é apaixonada por ele.
Não perderei nenhuma oportunidade de os ver ao vivo novamente. Jared consegue ser ainda mais bonito ali, em carne em osso.

29 de Março, 2011
Vivo Rio – Rio de Janeiro

23.3.11

reformulando pensamentos.

Odeio quando meu computador insiste em anunciar, em sua voz automatizada, as horas. Vou percebendo que mais um dia termina, e me vem essa sensação de que o desperdicei. Você está sempre me dizendo para sair mais. Vá em frente, saia e veja o mundo, mas aí eu penso, por que eu deveria? Eu prefiro ficar em casa e chorar. Penso nisso enquanto rolo na cama, tentando adormecer. O que exatamente estou fazendo com a minha vida? Então amanhecesse e a rotina se repete, como se eu estivesse apriosionada a ela. Só que minha rotina está longe de ser uma prisão, pois ninguém a impõe a mim além de mim mesma. Não que ela seja ruim de todo, na verdade gosto dela mais do que deveria. Gosto até demais.
Às vezes tenho a sensação de que eu só questiono o que há de errado comigo por pressão externa. De pessoas que não sabem o que se passa em minha cabeça e julgam a forma como levo a vida. De quem é de outra época e tem ideias fixas do que é certo e o que é errado, do que é viver e do que é estar "desperdiçando os melhores anos de sua vida". São os mesmos indivíduos que me dizem que devo fazer o que me deixa feliz, mas se o que me deixa feliz não é algo que eles aprovem, me condenam. Por mais que eu não queira, isso acaba me afetando. E por volta desse horário começo a sucumbir a essas opiniões alheias.
Talvez seja isso que eu precise mudar. Não a minha rotina, mas a forma como acabo me deixando abalar pelo que os outros dizem. Quem sabe dessa forma eu consiga dormir tranquilamente, sem me punir por não ter aproveitado o dia. O aproveito da minha forma, só isso. Quando eu estou no meu quarto sozinha eu me sinto bem porque eu não tenho que lidar com você ou com o mundo lá fora.