ressaca eterna sobre faq index

21.10.20

anedotas de uma pandemia #2

Dois anos atrás eu estava escrevendo que se sobrevivi a Agosto, eu sobrevivia a qualquer coisa. 2020 veio como um certo ar de "ah, é? veremos".

Tomei decisões pra minha vida, mas minha neurose não me deixa em paz. Mente de criança é algo tão mais simples: não se questiona o tempo todo, não fica imaginando todos os cenários, se preparando pra desgraça, pensando em consequências, sendo pessimista, duvidando de si mesma. Volte a ser criança.

Tô que nem o Devendra Banhart, porque eu deveria aprender português (x). Ultimamente só leio em inglês e tive que procurar no google como se escrevia eufemismo. Falando em procurar no Google, uma das coisas que quero muito fazer é parar de pesquisar as coisas. Parar de achar que eu tenho que ter todos as informações, o tempo todo. Que eu preciso de dados pra tomar a decisão certo, não ser pega desprevinida, não cometer nenhum erro sequer. Ignorance is bliss nunca foi tão relevante quanto nos tempos de hoje.

O ser humano sobreviveu tantos anos sem ter acesso a opinião de todo mundo sobre qualquer coisa que eu preciso reaprender a viver assim. Há uma certa simplicidade e uma certa necessidade de descobrir as coisas por conta própria, cometer erros, aprender com eles.

O medo de errar, a necessidade de saber tudo, só te faz ficar parada com medo de sair do lugar. Porque não existe decisão perfeita, não existe verdade única, não existe opinião unânime sobre nada. (Re)aprende a tomar suas decisões, encontrar sua verdade, formar sua opinião. (Re)aprende que não existe isso de viver sem cometer erros e às vezes a gente tem que dar a cara a tapa.

Tô falando comigo mesma. Tô ficando louca.

Que ano lixo, senhor, que ano bizarro. Não consigo me sentir normal porque não tem nada de normal acontecendo em dois-mil-e-vinte.

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