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25.4.19

panda bear: buoys

Dia de chuva, porque às vezes o destino apronta dessas. O ingresso já estava comprado desde o começo desse ano, acho eu. Assim que vi a chance de poder ver Panda Bear ao vivo pela modéstia quantia de 8 euros, não perdi tempo.

Nunca tinha ido ao Culturgest de Lisboa. Para resumir o local em uma palavra: wow. Cheguei em cima da hora porque this is my design, pisando em poça d’água e encontrando uma galera na porta que não era exatamente o que eu estava esperando. Gente alternativa sim, claro, mas a maioria das pessoas sendo gente mais velha. E “gringos”. Europe, I guess.

O local por dentro é ainda mais lindo do que por fora. O show foi no Auditório Principal, um palco, poltronas vermelhas, teto decorado. As portas abriram exatamente às 21h. O pessoal foi se sentando com educação, embora eu tenha descoberto o saco que é ter que levantar de dois em dois segundos porque as fileiras são extremamente estreitas e eu estava sentada justamente na ponta. Poltrona O-18, para a posterioridade.

As luzes se apagaram, o público se calou rapidamente e pasmem guardou o celular no bolso/bolsa e não tirou de lá até o final do show. Considerando que o último show que eu fui no Brasil foi uma experiência desastrosa graças a galera mal educada e bracinhos pro alto querendo filmar o show ao invés de assistir, considero-me positivamente surpreendida.

Noah Lennox, aka Panda Bear, subiu ao palco sob aplausos, de t-shirt e calça jeans. Tímido, soltou um thanks for coming guys bem fofinho, foi até sua mesa e direto ao assunto. Auxiliado apenas por uma máquina de fumaça, uma tela gigante atrás de si e duas telas menores em sua volta, que passaram o show inteiro mostrando imagens desconexas, psicodélicas e bizarramente... bizarras.

Só na segunda música que fui entender o porquê dos diversos avisos de que o show usava luzes estroboscópicas no caminho até o auditório.

Admito que durante alguns minutos eu fiquei imaginando o azar que seria descobrir que tenho epilepsia no meio de um show do Panda Bear. Luz piscando, fumaça, barulho, e vídeos doidos. Se alguma certeza surgiu desse show foi de que certamente eu não tenho epilepsia.

Das músicas, confesso que só reconheci mesmo Comfy em Nautica e Dolphins, mas o fato não prejudicou em nada minha apreciação do show. Admito que foi mais uma experiência sensorial do que meramente auditiva.

Uma hora e meia depois, Noah se despediu com um “obrigado” igualmente tímido (me pergunto o quanto de português ele sabe falar a essa altura, considerando que mora em Lisboa já há mais de uma década) e fugiu do palco.

Sem perder muito tempo, fui a busca da paragem de autocarro para voltar para casa e absorver a experiência.

Hoje a noite tem show do Mumford & Sons. Porque pelo jeito todo artista que eu gosto resolveu vir para Lisboa ao mesmo tempo. Fazer o quê?

24 de Abril, 2019
Culturgest – Lisboa

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